Dia de banquete!

O nosso dia foi cheio de preparativos, sim ela estava na expectativa, acordou logo cedo e veio na cama me chamar em silêncio para que não o acordasse:

- Vem mamãe, vem! disse baixinho.
- O que foi? perguntei, já sabendo a resposta.
- Hoje é o dia do banquete! Vamos logo!

Arruma aqui, acerta dali, toma café, corta gengibre:
- Ô pai, como chama aquele planeta que tem um bambolê em volta?
- Vênus? Não... este é aquele grandão... vamos ver... Ah! Saturno! É isso!
- Saturno! E tem aquele que é vermelho, como chama mesmo?
- Marte! Como é que você sabe destas coisas?
- Ah! Aprendi com a Luna!

Dei um sorriso, expliquei a ele que Luna é um desenho de uma menina que faz muitas perguntas e as respostas vem de maneira lúdica e divertida. Pois é, carece de explicação... o intervalo é curto de quem sai muito cedo e chega muito tarde... a motivação se expressa nas fotos, na apresentação que fez na empresa e também na paciência de quem muito cansado, escuta com atenção todas as peripécias, aguenta o charme de princesa e a fala incansável de quem o persegue até no banheiro.

- Ô paiiiiiiii! Onde você estaaaaaaaá?
- Oiiiiiiii! Tô aquiiiiii!
- Onde?
- No banheiro!
- Deixa eu entrar?
- Não filha... espera um pouco!
- Tá, então vamos brincar de Ana e Elza! Eu sou a Ana e você, a Elza!

Dai desfia a cantarolar... e é claro, a Elza tem que cumprir o seu papel e responder a altura da música. Lá fora, ela faz biquinho, fica na ponta dos pés, bate na porta e o chama para brincar na neve...

E o tempo passa, parafraseando o som de quem fez o dia:
- Pai faz isso para mim?
- Pai o que é isso?
- Pai brinca comigo?
- Pai quero suco!
- Pai posso ir com você na padaria?
- Pai me abraça?
- Pai, você sabe que eu te amo?

Ele sorri:
- Sim, eu sei... eu também amo você! Diz no abraço sem disfarce da emoção soluçada.