O dia que aprendi
Naquele dia acordou meio amuada, não queria ir para escola, disse que nunca tinha faltado e coisa e tal. Argumentou que estava tudo muito chato...
- Por que? - insisti na minha investigação
- Ahhh, porque todos os dias faço a mesma coisa...
- Mas o que é fazer a mesma coisa?
- Ahhh, teve um dia que fiz uma atividade... sabe a da joaninha?
- Hummm...
- Não deu tempo de acabar... dai no outro dia, a professora fez a gente cantar toda a música de novo...
- Ahhh...
Negociado com o avô, passou a tarde toda serelepe no anseio das novidades.
Neste dia andou de ônibus e de metrô, aprendeu e investigou o nome de cada estação, nome de índio, nome de lugar, nome de mulher. Este gosto, este não gosto!
Também acompanhou a avó no dentista, compreendeu que a cadeira gira-molas tinha outra função e achou que a lupa gigante poderia ser bem melhor se tivesse uma TV.
Neste dia comeu doce e chocolate, observou que o tempo ao lado dos avós demora mais a passar, aprendeu a conter os passos e entendeu que as pequenas aventuras enganam até o tic tac mais insistente.
Adormeceu no colo cambaleante do avô enquanto voltava para casa, cansada do dia que fora espetacular, enebriada de tanto aprender.
Adormeceu no colo cambaleante do avô enquanto voltava para casa, cansada do dia que fora espetacular, enebriada de tanto aprender.
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