Camarim
As mulheres adentraram pela porta, invadiram o pequeno espaço com ansiedade e exclamações!
Estava sentada, frente ao espelho, desmanchando o coque e retocando a maquiagem. Tinha acabado de sair do palco, o peito ainda ofegava... bebeu um gole d'água e levantou-se para receber aquele turbilhão falante.
- "Ah! Como estava linda!", sentiu o peito da amiga abraçando-a. As felicitações vieram junto com os beijos estalados!
A aluna, que ficou parada à porta: - "Oh! Quero aprender a bailar assim! O final foi tão intenso!"
Todas riram! A noite fora colorida, houve vino y tapas, guitarra y cante e o baile...
Depois foi até o salão principal, a casa estava cheia. Abraçou os amigos enquanto colhia os olhares e os sorrisos de admiração.
A promotora que ficara até então ao fundo, caminhou na sua direção, segurou suas mãos e a olhou profundamente: - "Sempre me falaram do el duende, nunca o tinha visto até esta noite!"
A senhora acompanhada da neta: - "Foi emocionante!"
E o rapaz oriental: - "Ah! Tem que ter sentimento na alma, não dá para bailar assim se não tiver vivido tanta dor e amor!"
Quem quebrou o clima foi a fotógrafa esbaforida: - "Como você é corajosa! Ele estava acompanhado! Atrevimento total!"
Soltou um suspiro e olhou o rapaz que estava a sua espera, quisera ela explicar... quando a arte e a vida se confundem, a ilusão tem a sua beleza.
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